Sua origem remonta a antes da Segunda Guerra Mundial, quando o Exército Alemão estava se rearmando para novamente enfrentar o mundo.
Foi em novembro de 1936 que o Exército Alemão fez um convite para que fosse apresentado um novo desenho de um reservatório de combustivel que substituisse as antigas latas de gasolina usadas até então e para equipar as novas unidades motorizadas.
A Empresa Müller de Schwelm sob a direção do chefe de engenharia, o engenheiro Vinzenz Grünvogel (1905-1977) desenvolveu uma lata de desenho revolucionario.
A única coisa que podemos afirmar com certeza absoluta é que ele surgiu de um estudo muito grande de engenharia, pois aquela "pequena" e simples "lata" encerra segredos que muitos de nós desconhecemos.Se olharmos os camburões de lado, notaremos que atrás da alça de transporte existe uma saliência. Ela serve para que a gasolina tenha espaço para se expandir quando a temperatura externa aumenta. Caso contrário teria um problema freqüente de vazamento pelo bocal, por mais que apertássemos a tampa.

Suas três alças foram projetadas de tal modo que poderiam ser usadas do seguintes modos: um soldado pode levá-lo pela alça central com relativo conforto até onde fosse necessário. Dois soldados poderiam dividir o peso da carga simplesmente segurando cada um numa das alças externas, caso a distância a ser percorrida fosse maior. Quando estivesse vazio, um soldado poderia levar até quatro deles, segurando as alças externas com apenas uma mão em cada conjunto.
Suas laterais frisadas dão ao conjunto uma maior rigidez e diminuem os danos provocados por impactos. Quando do primeiro confronto dos alemães com os ingleses, essa estranha "lata" chamou a atenção pela sua resistência e possibilidade de reutilização, já que os britânicos utilizavam latas descartáveis semelhantes àquelas em que é vendido querosene hoje em dia nos postos de gasolina. Como diz o velho ditado popular, "nada se cria, tudo se copia", foi exatamente isso que os ingleses fizeram: copiaram a "lata" alemã nos seus mínimos detalhes, mudando apenas as inscrições, é lógico.
Tanto o alemão como o americano têm um acessório muito útil que é o tubo que se coloca no bocal para facilitar a descarga do líquido sem derramar fora. É um dispositivo que se acopla ao bocal e é feito de um duto espiralado e móvel que facilita em muito a operação de reabastecimento dos veículos. Um detalhe bastante interessante é que esse duto tem na sua ponta um filtro no formato de um cone, feito de tela de latão bem fino para separar detritos que porventura estejam no combustível e que se fosse parar no tanque, poderiam provocar um entupimento. Já imaginou um entupimento em pleno combate?
Uma última curiosidade sobre os camburões é que se alguém tiver alguma dúvida a respeito da paternidade deles, é só ver com que apelido eles são chamados pelos americanos: JERRYCAN.
CAN em inglês significa "lata" e JERRY era um dos apelidos que os alemães tinham na época da Segunda Guerra. Portanto se juntarmos as duas palavras teremos: "lata do alemão".
Após a Segunda Guerra, gigantescas quantidades de camburões tanto aliados como capturados foram distribuídas para os aliados, juntamente com os veículos e equipamentos excedentes. Após algumas décadas de uso e maus tratos eles foram se acabando. Por isso é tão difícil encontrarmos um original em boas condições hoje em dia.
Vários dos países que os receberam, começaram a fabricá-los de acordo com suas especificações e necessidades. Hoje em dia temos uma variedade enorme de tipos e de materiais que vão do aço inox ao polímero, mas todos eles com uma única origem: o JERRYCAN alemão que obviamente não tinha esse nome na Alemanha. Lá ele era conhecido como Kanister.
bom conhecer a história desses objetos de guerra..( e paz)
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