Como vimos na matéria anterior, a entrada da versão Station Sedan trouxe várias melhorias de ordem técnica e de conforto ao veículo. Agora um motor mais poderoso de 6 cilindros fazia o carro mais veloz e mais forte. Os assentos foram melhorados e colocados em posições mais anatômicas, o que dava mais espaço para as pernas dos passageiros. A melhor notícia para o pessoal que tinha de fazer o seu próprio caminho nas regiões mais remotas, foi a tração nas quatro rodas colocada a disposição do público em Julho de 1949. A "tração nas quatro" já existia antes e vinha sendo usada somente nos veículos especialmente encomendados pelo Exército.
Outra modificação foi o uso de feixes de molas convencionais, em lugar da suspenção Planadyne, nos veículos com tração total. Como tudo que existe tem seu lado negativo, os produtos da Willys não eram exceção. Se dirigir uma perua dessas era uma delícia pela leveza e precisão da direção, fazer curvas fechadas era algo um pouco mais difícil, já que o carro tinha uma tendência a perder um pouco o controle. Assim como o vento de lado ou de través, como dizem os pilotos, fazia com que o carro mudasse de lado numa estrada com ou sem a permissão do motorista, os freios, que nunca foram o ponto forte dos jipes da Segunda Guerra, também não eram competentes na perua. As distâncias de frenagem estavam muito aquém de confortáveis e uma boa dose de pressão no pedal de freio era requerida para fazer o serviço. Por outro lado, ela se mantinha em absoluta linha reta mesmo em freadas bruscas e graças à estranha suspenção de Ross ela dificilmente abaixava a frente durante a freada.
Outra modificação foi o uso de feixes de molas convencionais, em lugar da suspenção Planadyne, nos veículos com tração total. Como tudo que existe tem seu lado negativo, os produtos da Willys não eram exceção. Se dirigir uma perua dessas era uma delícia pela leveza e precisão da direção, fazer curvas fechadas era algo um pouco mais difícil, já que o carro tinha uma tendência a perder um pouco o controle. Assim como o vento de lado ou de través, como dizem os pilotos, fazia com que o carro mudasse de lado numa estrada com ou sem a permissão do motorista, os freios, que nunca foram o ponto forte dos jipes da Segunda Guerra, também não eram competentes na perua. As distâncias de frenagem estavam muito aquém de confortáveis e uma boa dose de pressão no pedal de freio era requerida para fazer o serviço. Por outro lado, ela se mantinha em absoluta linha reta mesmo em freadas bruscas e graças à estranha suspenção de Ross ela dificilmente abaixava a frente durante a freada.
Novidades na grade: menos frisos horizontais |
De
Algumas versões especiais foram projetadas e construídas para fins bem específicos, como por exemplo, a versão para a Defesa Civil, que tinha tudo, ou quase tudo, que se necessitasse para os casos mais comuns, como um bote na capota, um guincho mecânico na frente, galões extras de combustível e todo um aparato de ferramentas e utensílios de emergência. Outra curiosidade foi um modelo projetado especialmente para as empresas que fazem o transporte de passageiros dos hotéis para os aeroportos e vice-versa.
Esta pequena "jamanta" tinha nada menos do que seis portas e três fileiras de bancos. Já pensou que emoção devia ser tentar fazer uma curva, no transito de uma cidade, com um transatlântico desses?
Versão alongada para uso em aeroportos, uma "pequena Jamanta" |
O ano de 1960 trouxe duas coisas. Uma delas foi meramente cosmética, ou seja, o parabrisa das Wagons passou a ser feito em uma peça só e a outra, em minha opinião, muito mais importante: a Jeep Station Wagon passou a ser totalmente produzida no Brasil com o nome de Rural Willys (ela já era montada há dois anos por aqui com componentes importados e com a frente americana). Com a sua frente completamente redesenhada e inspirada no modernismo da nova capital (Brasilia), tornou-se um carro vastamente usado e abusado por aqui. Caso você, até hoje, não tenha notado a semelhança, olhe de cabeça para baixo a frente de uma Rural e você notará a extrema semelhança dela com a estrutura que faz a frente do Palácio da Alvorada.
Veja a semelhança entre a grade frontal e o design do Palacio da Alvorada |
Furgão
No começo de 1947, uma nova versão visando o mercado profissional foi oferecida. Era o Sedan Delivery ou, como nós o chamamos por aqui, um furgão.
"Sedan Delivery" tão simples que só tinha o banco do motorista |
Na nova versão, a modificação foi apenas na grade.Continuava simples. |
A nova cara
O ano de 1950 trouxe um novo estilo de grade para toda a linha de veículos. Ela estava agora angulada e com cinco frisos cromados, em posição horizontal, dividindo por igual as nove colunas verticais; a primeira mudança de linha desde que a primeira Station Wagon foi apresentada em 1946.
Os paralamas também estavam um pouco mais largos e com uma configuração meio pontiaguda na parte dianteira. Algo que hoje, pelos padrões de segurança, seria um perigo em potencial para os pedestres, mas naquela época ninguém pensava muito nesses termos. Havia ainda um pequeno enfeite, também cromado, no topo do capô. Essas mudanças eram na realidade muito pequenas, mas acrescentaram um toque atraente ao veículo, para a época. A Station Sedan que nunca foi uma campeã de vendas foi eliminada nesse ano. No meio do ano a Willys tirou de linha o antigo motor com comando de válvulas lateral e colocou a disposição do público o novo modelo de quatro cilindros com o comando de válvulas em cima, ou como passou a ser conhecido, o motor Hurricane.
Isso veio como uma dose de vitaminas tanto para o desempenho dos carros como também para as vendas, que aumentaram sensivelmente naquele ano. Um fato bastante interessante foi o de que a linha de jipes só recebeu esse motor em 53 na versão que conhecemos como cara de cavalo.
Protótipo de 1946 ainda com a grade semelhante ao Jeep militar |
Versão luxo da Wagon, com nova pintura e assentos de vinil (1952) |
Nova grade e parabrisa numa única peça |
Isso veio como uma dose de vitaminas tanto para o desempenho dos carros como também para as vendas, que aumentaram sensivelmente naquele ano. Um fato bastante interessante foi o de que a linha de jipes só recebeu esse motor em 53 na versão que conhecemos como cara de cavalo.
Pick-up
A imagem que o jeep sempre projetou de "pau para toda obra" e de robustez fez com que houvesse a expectativa, por parte do público em geral, de que a Willys comercializasse um caminhão leve logo que a guerra terminasse e foi exatamente isso que aconteceu em 1946. Caminhões leves não eram algo estranho para a Willys que tinha uma longa história de participação no mercado de veículos comerciais. Em 1910 ela tinha dois modelos de caminhões de entrega montados sobre o chassi do carro Overland de passageiros. Em 1912, John North Willys assumiu o controle da Gramm Motor Truck Company da cidade de Lima, Ohio e da Garford Automobile Company de Elyria também de Ohio, produtoras de caminhões de uma tonelada e acima disso. A história da trajetória da fábrica e de John North Willys eu conto numa outra vez. Voltando ao que interessa, a pick-up Willys foi o primeiro veículo comercial especialmente para carga a ser lançado com a frente das Wagons em 1946.
Era construído na plataforma de104 polegadas entre eixos da Wagon e tinha uma capacidade de carga de 500 quilos. Usava a mesma configuração de frente e cabine das Wagons e uma caçamba com os paralamas externos e, assim como a Wagon, a pick-up usava o mesmo motor que equipou toda a linha até o surgimento do Hurricane.
Era construído na plataforma de
Em 1947 uma nova versão mais robusta e mais longa foi introduzida e a capacidade de carga foi aumentada para uma tonelada. Ela era oferecida nas formas de pick-up, chassis com cabine ou apenas chassis.
Na próxima matéria veremos toda a trajetória da pick-up, lá e aqui, e como surgiu o primeiro esportivo da linha Willys, o Jeepster, e sua raríssima derivação brasileira, o Saci. Até lá e mantenham os jipes rodando.
Boa noite. Existiu aqui no Brasil operando em aeroportos, uma adaptação muito singular da Rural. tratava-se de uma Unidade Recolhimento de Dejetos das aeronaves (QTU). Infelizmente já pesquisei e não encontrei nenhuma foto deste veículo que era utilizado pela VARIG. Assim era feita a modificação: Em primeiro lugar retirava-se o teto e colicava-se o banco do condutor sobre o capu do motor,reposicionava-se a coluna de direção e o piloto ficava de costas para a frente do veículo. Era feita a inversão da coroa/pinhão para que não ficasse com 4 marchas para trás e uma para frente. Em toda a antiga cabine de passageiros era criado um reservatório para receber os dejetos e transporta-los e era provida de bomba para retirar o material. Tinha uma outra adaptação que era a colocação de um escada de passageiros em uma pick-up Rural, esta depois foi substituída por F100.
ResponderExcluirAbraços fraternos.
Vaniel Bittencourt.
Bom dia Vaniel
ExcluirO interessante nessas modificações, é que elas aconteceram em todos os lugares e em todas as linhas de veículos. Na Fabrica da VW em São Bernardo do Campo (SP) alguns chassis de Kombi foram modificados mais ou menos nesse mesmo estilo para o transporte de coisas dentro da fabrica. O banco era colocado invertido onde existia a cabine (era retirada) e as engrenagens eram invertidas também. Obrigado pelo comentário e abraços